sexta-feira, 27 de julho de 2012


Fatalidade em São Paulo



As coisas seguem cada vez pior.
Na semana passada, tivemos a oportunidade de acompanhar o caso dos policiais militares de São Paulo que tiveram um desacerto em uma ocorrência onde faleceu um publicitário.
Em um programa de televisão, vi as imagens com alguns detalhes da abordagem que me chamaram a atenção. Reparei que o veículo da pessoa já vinha sendo acompanhado, em alta velocidade, por um longo caminho e por diversas viaturas. Vi também que a Blazer fez um retornou e ficou frente a frente com o veículo suspeito, com os faróis ligados e em uma rua escura. Nessa hora, houve os disparos e o publicitário veio a óbito.

Deixando essa breve introdução de lado, gostaria de falar sobre os Doutores da Lei que já julgaram e apenaram os PMs envolvidos no caso, umas vez que eles foram tratados por assassinos que executaram uma vítima inocente. Isso, naturalmente, já traz um rancor para toda a sociedade que certamente exigirá uma postura mais forte do judiciário para que os militares paguem e caro pelo que fizeram. Eu, não gostaria de compor um júri desses.
Quando a PM faz um bom serviço e prende em flagrante alguém por algum crime, a imprensa trata o cidadão infrator apenas por suspeito. Até mesmo a corporação dispensa tal tratamento uma vez que quem julga é o juiz. Mas nos casos envolvendo militares temos que agüentar esse pré-julgamento.

Antes de falar sobre o ocorrido, gostaria de salientar que entendo a culpa dos policiais, mas a profundidade desta culpabilidade deve ser bem avaliada para que eles não sofram ou paguem além da conta. Digo também que, mesmo não o conhecendo, lamento muito pela morte de uma pessoa que até então é inocente na situação.
Indo ao caso sem delongas, o Estado de São Paulo vive uma guerra urbana, onde vemos vários atentados contra os servidores militares, guaritas, quartéis. Já parou para pensar no nível de estresse que esse policiais trabalham? Ainda mais que em tempos mais tranqüilos. Falo isso porque já trabalhei na rua e sei bem como funciona. Alguém que não seja PM já teve a oportunidade de escutar a “nossa” rede de rádio por alguns minutos? Agora tente imaginar como estavam as comunicações na hora que o veículo estava, provavelmente, evadindo das viaturas. Para quem é militar sabe, esse tipo de abordagem é o mais perigoso que tem, onde é realizada de forma frontal. Agora raciocinem comigo, abordagem de frente, sem ter como precisar quantas pessoas estão no veículo, rua sem iluminação e com um farol no rosto, é o nível máximo de dificuldade.

Dito isso podemos, no mínimo, concluir que os Policiais consideraram que o risco de morte era eminente sendo necessária uma postura um tanto quanto mais ativa para minimizar qualquer dano para a guarnição presente no local.
Não sou advogado e não quero defender ninguém. Também não sou perito para afirmar como os disparos foram efetuados e atestar que se tratou de execução ou não. Só quero exemplificar com esse trágico ocorrido o quão difícil é a função de proteger a sociedade.

Eles saem realmente sem saber se voltam. Trabalham no fio da navalha, onde qualquer erro seja por excesso ou omissão pode custar vidas. Saem para as ruas não só arriscando suas vidas, mas a de suas famílias e a sua liberdade. Mas e daí? São pagos para isso!!! E é isso que são obrigados a ouvir. Recebem mal, trabalham em condições precárias, não são valorizados nem tampouco respeitados.
Não vejo argumento para não perceberem periculosidade ou insalubridade. Isso mostra o quanto tal atividade é peculiar e deve ser tratada como tal. O Estado e a sociedade não podem simplesmente ignorar, virar a cara, crucificar e fingir que não tem nada acontecendo.

Lamento mesmo pela morte ocorrida e pelo preço que os policiais pagarão, certamente será alto. Ao menos o comando de lá não vira a cara. Põe à tapa e procura sempre um discurso mais protecionista, ainda que diante de uma situação tão adversa.
E de pouco vai adiantar ficar chorando o leite derramado ou criticar de forma desenfreada, sem embasamento e sem apresentar algum tipo de solução viável. Cansei de receber alguns folhetos da PM instruindo comerciantes, transeuntes e pessoas que estão em viagem. Penso que poderia fazer um desse orientando as pessoas em como se comportarem diante de uma abordagem policial, apresentando os riscos para todos os envolvidos e ampliar essa divulgação.

Resumo da ópera: está cada dia mais difícil trabalhar. Mesmo com toda prudência num turno de serviço, uma hora algo de errado pode acontecer. A corporação deve trabalhar o psicológico dos militares, oferecer condições dignas de trabalho e procurar minimizar o estresse que é muito elevado dentro dos quartéis. Não devemos lavar as mãos e “virar a cara” para um fato desses. Todos que trabalham no serviço operacional estão sujeitos. Muitas vezes o turno está tranqüilo, e do nada surge uma bomba atômica para desarmar. Todo negócio tem um risco, toda profissão tem seus ossos, mas o policial paga muito caro. Sei que isso pode parecer besteira, mas se coloque no lugar daqueles que estavam lá nas condições que foram apresentadas e responda: atiraria?

sexta-feira, 20 de julho de 2012


Descriminalização....


Saudações combatentes!

Parece que cada dia fica ainda mais difícil. As propostas de alterações ao Código Penal tem muita coisa boa, mas tem alguns tópicos que, sinceramente, são uma afronta a estabilidade e evolução social.

Muitos afirmaram que se tratam apenas de adequações aos dias atuais, uma vez que a lei anterior é muito antiga. Foi anexado o crime de homofobia, que é um dos assuntos atuais, o desacato está deixando de existir e passaria a compor o crime de injúria além de outros. Mas o que mais me chamou a atenção foi a proposta para descriminalização do uso de algumas drogas e entorpecentes.
Gente, agora deixarei a norma culta um pouco de lado para falar melhor. Isso é um absurdo! 

E mais, é um tapa da cara das instituições de segurança pública e, é claro que principalmente, da PM. Ela que sempre combateu o tráfico e até mesmo os usuários, agora terá que tolerar o uso indiscriminado e fingir que não esta vendo. Agora sim, estão querendo jogar a sociedade no lixo!!!
E a cara de pau em afirmar que em alguns países o uso limitado é permitido! Não sei onde vamos parar, os brasileiros não tem limites.

Um dia desses, vi veicular diversas campanhas cobrando da PM um tratamento humanizado aos doentes (usuários). Alguns dias depois, no facebook, vi um post afirmando que o comando estaria divulgando um documento o qual estaria cobrando dos policiais uma postura mais suave quando das abordagens aos dependentes. Muito legal! Muito bom hein!!! Vamos trata-los como doentes e deixar os doentes de verdade de lado. O SUS já não suporta seus atuais clientes. E por falar no sistema único, recentemente vi uma pesquisa que aponta o tabaco como o principal causador de diversas doenças, e que tais comprometem boa parte do orçamento da saúde.

O álcool já foi liberado e é um dos causadores de mortes no trânsito. Mas agora não tem mais jeito. Já imaginou se o Governo resolve colocar na ilegalidade a bebida e o cigarro? E não adianta falar que não tem nada a ver, se não tivesse, a venda de tais produtos não seria restrita a menores.

Com relação ao tratamento humanizado, gostaria de sugerir que alguém do alto escalão do comando, do governo, judiciário ou legislativo participe de uma ocorrência envolvendo usuário. E de preferência que esteja bastante agressivo, furioso. Vai lá tentar levar na ideia, no argumento. Vai tentar manter um diálogo. Tente usar alguma técnica de imobilização. Pode até conseguir poupar a integridade física do agressor, mas colocará a sua em xeque.

Mas ficou uma dúvida: quando alguém estiver com algum problema com um dependente que esteja agressivo ou em crise de abstinência, para quem deve ligar? PM? BM? SAMU?
Os Bombeiros já têm outras ocupações e não têm como dispensar atenção para isso. O SAMU já está sobrecarregado em virtude do excesso de chamadas e falta de ambulâncias. Aí, vai sobrar para a Pai e Mãe de Muita Gente. Tudo bem, que assim seja, mas para onde conduzir o usuário, vítima, doente, agressor ou sei lá qual adjetivo seja mais cabível?

Podem até utilizar esse argumento para afirmar que vão reduzir o número de mortes em razão do tráfico. Mera besteira. Os cientistas buscam remédios para as causas, não para os efeitos. De pouco adianta você tratar os sintomas se a peste segue impregnada.
Parece que estão depondo contra a ordem pública disseminando a discórdia e causando um tumulto generalizado. Sinto que, assim como a ONU, julgam os militares incompatíveis com a sociedade contemporânea e querem destituí-los do pouco poder que ainda resta.

Estão deturpando todo conceito já estatizado, depondo contra o convívio pacífico e jogando o nome do Estado no lixo. No andar da carruagem, em não muito tempo, estaremos convivendo com as drogas que já são realidade nos dias atuais. Nas festas, confraternizações, naquele churrasco da família, nossos filhos e netos poderão ser enfeitiçados pela facilidade e o acesso irrestrito as drogas e irão chamar a PM caso se sintam constrangidos ou discriminados.

Resumo da ópera: já trabalhei muito tempo na rua e sei bem como é. Já vi de perto muitas famílias afundando na lama por causa de um usuário. E isso é algo que não tem relação com nível de renda, instrução ou classe social. É um inferno, parece um furacão com todo efeito devastador ou um terremoto na escala máxima de intensidade. Se a descriminalização vai resolver o problema, penso que não. Acredito que esse será um fator multiplicador que trará danos irreversíveis para as famílias como um todo.

Nosso aparato de leis conta com as contravenções penais, aquelas de menor potencial agressivo. Acredito que colocando o uso de drogas nesse rol legal, com algum tipo de multa ou trabalho “voluntário” em instituições de assistência social, poderia contribuir muito mais com a redução do índice de consumo de drogas que a liberação total.

sexta-feira, 13 de julho de 2012


O poder da mídia


Saudações pessoas de bem!
Essa semana abordarei a mídia, mais conhecida como o quarto poder.
Durante a ditadura, muito se falava da censura e da não existência da liberdade de expressão e do direito de informação. Não sei bem como funcionava o controle governamental sobre o trabalho e ações das emissoras de rádio e televisão bem como dos jornais, mas em muitos documentários já ouvi até falar sobre a existência de um órgão destinado a isso.

O fato é que os dias são outros. Parece que vivemos num mundo onde quase tudo pode. E como tudo mudou, a mídia também o fez e muitas vezes parece que quer “descontar” aquilo que sofreu num passado relativamente recente, curiosamente durante o governo Militar.
Sem querer exagerar, mas a mídia controla a opinião pública e noticia somente aquilo que lhe é viável. E é isso mesmo, trabalha basicamente sobre um sensacionalismo e na grande maioria das vezes criticando e atacando os órgãos de defesa social. Aliás, não são só eles que são alvos, artistas, pessoas públicas, influentes e de posses acabam por pagar o preço por uma sociedade com pouca cultura. E para não parecer ridículo ou preconceituoso, cito alguns exemplos.

Recentemente um produtor do Thiaguinho, que é uma figura artística, arremessou uma bombinha do meio da rua, veio uma cadela para brincar ou morder o artefato, sendo que este veio a explodir e machucar o animal. Como se tratava de alguém ligado ao referido cantor, rapidamente “caíram matando”, ocasionando a demissão do funcionário, uma superexposição do artista e uma valorização de um assunto que não seria tão importante, mas passou a ser. Deixo claro que gosto muitos dos animais e ficaria enfurecido se algo desse porte ocorresse com meu cachorro, mas se fosse qualquer um dos leitores que fizesse parte como personagem do episódio, nenhum estardalhaço um empenho da mídia teria ocorrido.

Todos os dias várias pessoas morrem vítimas da violência do trânsito, e isso é fato. Agora uma coisa é um motorista lá da roça, que encheu a cara na cachaça e veio a assassinar alguém com seu carro antigo. Outra coisa é o filho de um renomado empresário fazer parte do mesmo fato. Não que eu ache correto qualquer tipo de agressão no trânsito ou combinação de bebida com volante, repudio completamente.

E para finalizar os exemplos, vamos aos casos que envolvem a PM. Essa sim não pode nem respirar fora do compasso que será vítima dos profissionais da mídia. Falo isso porque é assim que ocorre. Eles atacam de forma indiscriminada, qualquer coisa por mínima que seja, acabam por transformar em algo absurdo, criando uma página ou uma chamada atrativa e já crucificando o autor ou personagem da história divulgada. Para ilustrar, imaginem uma ocorrência onde três ladrões armados e em fuga deparam-se com uma viatura, entram em troca de tiros e acabam por entrarem em óbito, como normalmente acontece. Nas manchetes do outro dia, certamente estarão estampadas assim, em letras garrafais e na cor vermelha: PMs ASSASSINAM TRÊS HOMENS SUSPEITOS DE ROUBO. E em virtude da repercussão, o comando geral certamente afirmará que todo excesso será punido nos rigores da legislação vigente. Ou seja, já prenderam, enquadraram e julgaram os combatentes além de criar um sentimento de revolta e animosidade entre a sociedade e o militar.

Do contrário poderia ser noticiado: bandidos morrem ao enfrentarem a PM após violento assalto na capital. Mas assim não tem graça! Assim a corporação não fica em evidência, a sociedade não desacredita o policial e o comando considera a ação como simples e corriqueira.

A verdade é que existe uma manipulação da informação, que considero, de forma irresponsável. Estão mais preocupados com a venda que com o ato de informar propriamente dito.
Como disse no começo, em alguns casos, parece que estão tentando vingança contra o que sofreram no passado. Não temos culpa pelos mandos e desmandos do passado e nem da violência que teria sofrido.
Infelizmente, nossa sociedade ainda é um tanto quanto inculta e de conceitos facilmente manipulados. Um trabalho irresponsável desse tipo acaba por criar certos efeitos colaterais que, na maioria das vezes, serão irreversíveis.

Resumo da ópera: não sou a favor de qualquer tipo de violência contra os animais. Não acho legal acidente de trânsito envolvendo motorista alcoolizado e vítimas fatais. Não tenho contato com artistas ou famosos e não considero o trabalho da mídia de qualidade nos dias atuais. Ela realmente é o quarto poder, e como os outros três, acabam por deteriorar nossa sociedade, a partir do momento que priorizam fatos e notícias que depõe contra a estrutura das polícias e aumentam a sensação de insegurança da população. O certo, é que “batem” muito onde pouco precisa e pouco onde realmente necessita de uma atenção especial. Considero que são uma ferramenta muito importante, forte e eficiente para simplesmente ficarem pegando em assuntos de pouca importância social.

sexta-feira, 6 de julho de 2012


A inércia do poder público


Saudações meus nobres companheiros! Espero que estejam todos bem.
Tive uma semana um tanto quanto conturbada em virtude de uma virose, mas não deixei nosso trabalho de lado. A continuidade é essencial, ainda mais que diversas pessoas estão entrando em contato para saber sobre novas publicações.
Minas Gerais está situada em uma posição estratégica no território nacional, centralizado, fazemos divisa com diversos estados e com todas as regiões do Brasil. Isso faz com que soframos influências de todos esses povos com suas peculiaridades.

Entre os estados limítrofes, destaco o Rio de Janeiro e São Paulo, em especial esse último.
Essa onda de violência que vem assombrando os paulistas parece não ter mais fim. É uma legítima afronta à força estatal, uma vez que observamos os governantes fazendo muito pouco para extinguir ou até mesmo reduzirem a quantidade de ataques que a PM de lá está sofrendo.

Isso é inaceitável! Quando tivermos que tolerar os mandos e desmandos do crime organizado que questiona e coloca em xeque o poderio do Estado, passamos à situação da Colômbia e jogamos a paz social no lixo.
Quando a PMMG nos últimos tempos iniciou um movimento grevista, vimos o Governo da época colocando os homens do exército nas ruas não para garantir a segurança do cidadão de bem, mas para mostrar que o poder segue nas mãos dos políticos e não dos comandantes.

Em outro episódio de destaque internacional, praticamente presenciamos a tomada de algumas favelas do Rio de Janeiro com atuação das forças armadas e até mesmo da força nacional, além de todos os órgãos de segurança pública carioca.

Esses exemplos servem para ilustrar que a vontade política acaba por condicionar e direcionar as ações de vários órgãos, e para indicar que o Governo é o centro de onde deve partir os principais esforços para garantir a ordem pública.
Lá em São Paulo, já não sei quantos PMs foram mortos em ataques e até agora não observei uma atitude concentrada para acabar com isso. Mas o que mais me deixa preocupado, é o fato de fazermos divisa com SP e estarmos sujeitos a sofrer algum respingo por aqui.

Pode parecer sensacionalismo ou receio em excesso, mas será que essas mensagens que rondam a internet avisando que grupos organizados estariam mandando atacar as instituições de segurança? Será que esse aumento de explosões de caixas eletrônicos tem relação com criminosos provenientes de outros estados? Essas mortes de militares nos últimos tempos? Será que estamos preparados para um aumento de demanda desse tipo?

Resumo da ópera: realmente não tenho certeza se estamos preparados para um aumento da criminalidade proveniente da migração de agentes dos estados vizinhos. E o pior, temo pela segurança dos nossos combatentes do interior e sinceramente questiono uma atitude mais positiva e ativa do comando e do governo mineiro para evitar que um mal maior assole nossa sociedade. Só com o nome que a PMMG construiu em todos os anos de sua existência, talvez não seja o suficiente para combater de forma efetiva e eficiente.