Fatalidade em São Paulo
As coisas seguem cada vez pior.
Na semana passada, tivemos a oportunidade de acompanhar o caso dos
policiais militares de São Paulo que tiveram um desacerto em uma ocorrência
onde faleceu um publicitário.
Em um programa de televisão, vi as imagens com alguns detalhes da
abordagem que me chamaram a atenção. Reparei que o veículo da pessoa já vinha
sendo acompanhado, em alta velocidade, por um longo caminho e por diversas
viaturas. Vi também que a Blazer fez um retornou e ficou frente a frente com o
veículo suspeito, com os faróis ligados e em uma rua escura. Nessa hora, houve
os disparos e o publicitário veio a óbito.
Deixando essa breve introdução de lado, gostaria de falar sobre os
Doutores da Lei que já julgaram e apenaram os PMs envolvidos no caso, umas vez
que eles foram tratados por assassinos que executaram uma vítima inocente.
Isso, naturalmente, já traz um rancor para toda a sociedade que certamente
exigirá uma postura mais forte do judiciário para que os militares paguem e
caro pelo que fizeram. Eu, não gostaria de compor um júri desses.
Quando a PM faz um bom serviço e prende em flagrante alguém por algum
crime, a imprensa trata o cidadão infrator apenas por suspeito. Até mesmo a
corporação dispensa tal tratamento uma vez que quem julga é o juiz. Mas nos
casos envolvendo militares temos que agüentar esse pré-julgamento.
Antes de falar sobre o ocorrido, gostaria de salientar que entendo a
culpa dos policiais, mas a profundidade desta culpabilidade deve ser bem
avaliada para que eles não sofram ou paguem além da conta. Digo também que,
mesmo não o conhecendo, lamento muito pela morte de uma pessoa que até então é
inocente na situação.
Indo ao caso sem delongas, o Estado de São Paulo vive uma guerra urbana,
onde vemos vários atentados contra os servidores militares, guaritas, quartéis.
Já parou para pensar no nível de estresse que esse policiais trabalham? Ainda
mais que em tempos mais tranqüilos. Falo isso porque já trabalhei na rua e sei
bem como funciona. Alguém que não seja PM já teve a oportunidade de escutar a
“nossa” rede de rádio por alguns minutos? Agora tente imaginar como estavam as
comunicações na hora que o veículo estava, provavelmente, evadindo das
viaturas. Para quem é militar sabe, esse tipo de abordagem é o mais perigoso
que tem, onde é realizada de forma frontal. Agora raciocinem comigo, abordagem de
frente, sem ter como precisar quantas pessoas estão no veículo, rua sem
iluminação e com um farol no rosto, é o nível máximo de dificuldade.
Dito isso podemos, no mínimo, concluir que os Policiais consideraram que
o risco de morte era eminente sendo necessária uma postura um tanto quanto mais
ativa para minimizar qualquer dano para a guarnição presente no local.
Não sou advogado e não quero defender ninguém. Também não sou perito
para afirmar como os disparos foram efetuados e atestar que se tratou de
execução ou não. Só quero exemplificar com esse trágico ocorrido o quão difícil
é a função de proteger a sociedade.
Eles saem realmente sem saber se voltam. Trabalham no fio da navalha,
onde qualquer erro seja por excesso ou omissão pode custar vidas. Saem para as
ruas não só arriscando suas vidas, mas a de suas famílias e a sua liberdade. Mas
e daí? São pagos para isso!!! E é isso que são obrigados a ouvir. Recebem mal,
trabalham em condições precárias, não são valorizados nem tampouco respeitados.
Não vejo argumento para não perceberem periculosidade ou insalubridade.
Isso mostra o quanto tal atividade é peculiar e deve ser tratada como tal. O
Estado e a sociedade não podem simplesmente ignorar, virar a cara, crucificar e
fingir que não tem nada acontecendo.
Lamento mesmo pela morte ocorrida e pelo preço que os policiais pagarão,
certamente será alto. Ao menos o comando de lá não vira a cara. Põe à tapa e
procura sempre um discurso mais protecionista, ainda que diante de uma situação
tão adversa.
E de pouco vai adiantar ficar chorando o leite derramado ou criticar de
forma desenfreada, sem embasamento e sem apresentar algum tipo de solução
viável. Cansei de receber alguns folhetos da PM instruindo comerciantes,
transeuntes e pessoas que estão em viagem. Penso que poderia fazer um desse
orientando as pessoas em como se comportarem diante de uma abordagem policial,
apresentando os riscos para todos os envolvidos e ampliar essa divulgação.
No mínimo o cidadão estava numa atitude suspeita. Porque ele não parou???
ResponderExcluirOs Policiais estavam fazendo fazendo o seu papel, e sem dúvida, qualquer um atiraria!
A sociedade não está nem ai, veneram bandidos e odeiam policiais, só quando é "cortado na própria carne" que gritam: "SOCORRO POLÍCIA!!!"
ResponderExcluirOs governantes, não vou nem falar pra não baixar o nível!!!
Só nos ajudariam a mudar essa situação, nossos comandantes! Mais infelizmente 99% não são homens (No sentido de honrados e íntegros) para colocar "a cara a tapa" e defender sua tropa, seus comandados, só são homens (No sentido egocêntrico) para punir com rigor, muitas vezes injustamente, seus subordinados!! Isto não só para satisfazer seu ego, mais para "ficarem bem" e conseguir um cargo de "confiança", seja na ativa ou reserva. Estes "comandantes" sim, poderiam fazer como o Comandante da ROTA, e outros pouquíssimos, defendendo até a ultima escala de força e atitudes, seus soldados. Pois, só com a ajuda o alto escalão poderemos dar um BASTA na imprensa podre, fazer com que a justiça seja JUSTA e por fim "acordar" a sociedade!!! Caso contrario, vai piorar ainda muito antes de melhorar, sem falar que quanto mais piorar, o "MASSACRE" chegará a esses "comandantes" (Que pensam ser blindados) e ai não vão ter mais os comandados para "correr atras"!!!
É Mathias... Se fosse nossa viatura naquela abordagem, seríamos a bola da vez. Não exitaria nem por um segundo em escolher a minha vida à um processo. Meu amigo! Estaríamos presos, e por ter agido em "legítima defesa putativa" das nossas vidas. Que Deus esteja com nossos irmãos de São Paulo, e direcione o desenrolar do processo com a justiça de Sua infinita sabedoria. Como você disse, não são somente os militares envolvidos que irão sofrer com a condenação antecipada da "meritíssima" imprensa.
ResponderExcluirPois bem meio nobre amigo Rodrigo, sempre saímos para o turno preocupados com nossa integridade. Certamente estaríamos pagando o preço, ainda mais aqui, onde o comando treme as pernas sempre.
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