sexta-feira, 29 de junho de 2012


TODO ESFORÇO SERÁ RECOMPENSADO



Saudações meus caros companheiros!
Espero que estejam todos bem.
Os acessos e a repercussão do blog estão evoluindo a cada dia, fato que aumenta o meu prazer em procurar escrever textos melhores.
Antes de entrar em um assunto um tanto quanto polêmico, gostaria de estender meus sentimentos aos familiares dos policiais militares do Estado De São Paulo e afirmar que sigo torcendo por um desfecho positivo.


Há pouco tempo atrás, vi num programa de televisão uma reportagem abordando a atuação de um juiz de uma cidade do interior de Minas Gerais que está adotando uma postura diferente para contribuir com a redução da criminalidade. Para quem não viu, o magistrado está escolhendo, de acordo com critérios pré-estabelecidos, alguns presos para participarem de uma espécie de programa de reinserção social, onde o detento trabalha, consegue alguma remuneração, fica de frente a frente com a vítima do seu crime, ressarce do prejuízo e pede desculpas.


À primeira vista pode parecer esquisito ou exageradamente constrangedor para aquele que foi vítima de uma ação criminal, mas pode surtir efeitos positivos para a redução da criminalidade contra o patrimônio.
Afirmo isso em virtude de ter tido a oportunidade de trabalhar no serviço operacional da PMMG e ter efetuado a prisão de diversas pessoas praticando crime e com diversas passagens pela polícia. E isso acontece mais do que pode parecer. A grande maioria dos presos torna-se reincidente.


É sabido que o atual sistema prisional não recupera ninguém. Muitas pessoas até o chamam de “academia do crime”, onde o detento tem contato com outros e acabam por trocarem “experiências de trabalho” e retornarem ainda mais perigosos.
Com esse programa, o juiz certamente não acabará com a criminalidade da cidade onde atua, mas contribuirá de forma significativa para sua redução, uma vez que ele ataca e tenta extinguir justamente a reincidência.


Na minha visão, todo e qualquer esforço positivo, legal, organizado e voltado para a redução da violência é válido. Precisamos de mais atitudes como essa para atingir um nível aceitável de estabilidade social. Esse magistrado pode até não ter encontrado uma “fórmula mágica” para tornar a vida mais segura, mas certamente cria uma nova modalidade de enfrentamento à violência.
Muitos vão crucificar tal atitude, uma vez que ela acaba por fazer uma exposição exagerada da vítima, mas, por outro lado, esta terá seu prejuízo financeiro de volta e acaba por ceder um voto de confiança para aquele que errou “uma” vez. Só um adendo, tive um carro furtado em 2001 e mais que ver o autor preso, gostaria de ter tal bem de volta.



Vale ressaltar que essas medidas só são aplicadas para presos de bom comportamento, primários e de crimes que não causaram lesão ou grave ameaça a vida.
Muitos dos leitores podem pensar que mudei de lado e agora estou defendendo a bandidagem, não é isso. Como já afirmei em publicação anterior, creio que exista um “SISTEMA DE SEGURANÇA PÚBLICA” e que diversos fatores contribuem para seu sucesso, tais como educação, cultura, órgãos do sistema de defesa social, emprego, legislativo, judiciário e etc. Sendo assim, a atitude do juiz visa a ampliar a ação do judiciário e “COLABORAR” com a redução da criminalidade.

Acredito que essa “fórmula” não seja 100% eficaz, mas de uma forma ou de outra tende a apoiar de alguma forma as polícias e, após um estudo sistemático dos resultados alcançados, poderia ser expandido para demais cidades do nosso Estado.


Resumo da ópera: não podemos ser preconceituosos e de mente fechada para novidades. Temos vários exemplos que o atual sistema prisional não recupera ninguém, fato que cria uma necessidade de alternativas para reinserção do cidadão em conflito com a lei. E isso não quer dizer que temos que ser complacentes ou benevolentes com aqueles que praticam delitos de menor potencial agressivo ou ofensivo, mas, sim, sabedoria para separar o joio do trigo e tentar recuperar aquilo que não está totalmente perdido.

sexta-feira, 22 de junho de 2012


A ASCENÇÃO DA CRIMINALIDADE

Saudações meus nobres companheiros!
Inicialmente gostaria de agradecer a todos pelos acessos ao nosso blog, está sendo um sucesso e um prazer poder escrever para todos vocês.
Para essa semana havia pensado em algo diferente, mas não tive como me furtar da importância dos acontecimentos dos últimos dias, onde perdemos um Policial Militar da ativa cumprindo seu dever, um outro aposentado talvez trabalhando e a tentativa de homicídio contra dois militares em Contagem. Tais fatos me tiraram do sério, fiquei desequilibrado e sem condições de publicar o que realmente gostaria, mas vamos ao trabalho.
Mais que uma nuvem negra que parece pairar sobre a gloriosa, estamos vendo e pagando o preço pela ineficiência dos três Poderes, quais sejam Executivo, Legislativo e Judiciário. O primeiro parece não se importar com as polícias, uma vez que adota políticas de efetivo, salariais e de benefícios que desagradam a todos. O segundo segue criando leis inconsistentes, antigas e de pouca eficácia diante de uma bandidagem que cada vez mais vê motivos para seguir no mundo da criminalidade. E uma justiça, lenta, tardia, falha e coautora no processo da crescente sensação de impunidade.
E é isso mesmo. Parece que atualmente esteja valendo a pena seguir praticando crimes, já que as penas estão cada vez mais atenuadas e, assim, vemos os reincidentes retornando mais perigosos e “escolados” para atuarem na sociedade que está indefesa no meio desse fogo cruzado.
A PM, que já trabalha saturada, tenta fazer seu trabalho de prevenção, que quando falha, muitas vezes prende o cidadão em conflito com a lei e entrega para o judiciário. As leis são brandas e promovem amplos benefícios para o réu, que muitas vezes fica preso por um tempo inferior ao necessário ou sequer fica atrás das grades. Com isso chegam à conclusão que o crime vale a pena e saem crucificando e apedrejando todos que estão ao seu alcance.
Numa dessas, acabam por vitimar pessoas cidadãos comuns, trabalhadores e pessoas de bem, como essas quatro citadas logo no início do texto. E isso são só exemplos mais graves, já que os policiais trabalham diretamente “contra” os criminosos que passam a tratá-los como inimigos, tirando a tranquilidade, ameaçando sua vida e a de seus familiares.
Mas se esses bandidos hoje enfrentam as próprias forças de segurança, o que podem fazer contra os demais da sociedade? Será que ainda tem solução ou vermos nosso Estado se igualar a Rio de Janeiro e São Paulo?
O fato é que enquanto tivermos pessoas no poder, que estão preocupadas apenas em fazer nome, enriquecer e corromperem para o benefício próprio, veremos a PM jogada às traças e a sociedade deixada à própria sorte. Precisamos de representantes efetivos e ativos, que coloquem a cara na frente da tropa e que busquem melhorias efetivas para o sistema como um todo. Abordo mais diretamente a PMMG por ser proveniente dela, mas gostaria que todos os órgãos envolvidos no processo estivessem mais fortalecidos e em condições de prestarem um serviço melhor para a sociedade.
O duro é ter que ver e ouvir muita gente criticando o despreparo das forças de segurança, os abusos e a violência dos policiais, mas não vemos a imprensa noticiar e informar sobre esses atos dignos de terrorista. E a pergunta que não quer calar: onde está o pessoal dos Direitos Humanos?
Gostaria de deixar meus sentimentos a todos que de uma forma ou de outra sofrem com o avanço da criminalidade, em especial aos pais, filhos e familiares daqueles que trabalharam para levantar o nome da PM e pagaram com a própria vida o preço por ser policial em dias tão conturbados.
Deixo um abraço fraternal para aqueles combatentes que diante de tanta adversidade, seguem com o espírito guerreiro suportando as adversidades, arriscando suas vidas objetivando um futuro melhor.

Resumo da ópera: o sistema está todo enfraquecido. Precisamos de uma reforma geral, de leis mais duras, de polícias com condições de combater a criminalidade e de um judiciário que consiga fazer valer a palavra “JUSTIÇA”.

sexta-feira, 15 de junho de 2012


Administração Pública X Administração Gerencial


Saudações meus nobres companheiros! Hoje vai minha primeira publicação onde tratarei de um assunto de suma importância, o efetivo das forças de segurança.
De forma a ilustrar, imagina um Sô Zé que abre uma padaria com um padeiro e um ajudante produzindo e vendendo 1.000 pães ao dia. O negócio prospera de forma que o estabelecimento observa uma demanda de 2.000 pães ao dia. Sendo assim, o sensato Zé passa a ter dois padeiros e dois ajudantes de produção para aumentar sua lucratividade e produtividade. E assim, por diante, o estabelecimento vai expandindo e cada vez mais funcionários são anexados.

Se o empreendedor não acompanhasse a demanda, ou estaria sobrecarregando os atuais empregados, causando pedidos de demissão, ou perderia market share (participação no mercado) e consequentemente passaria a obter um lucro aquém do que é capaz.
Mas o Sô Zé não é bobo, e mesmo não tendo muita instrução sabe que deve adequar sua máquina produtiva para cada vez mais fortalecer sua padaria.

E isso não serve só para os pequenos negócios. Com conhecimento de causa, atesto que as grandes empresas multinacionais sequem esse mesmo princípio básico, qual seja, a capacidade produtiva adequada à demanda de mercado.
Pois bem, desde a efetivação do princípio administrativo da Eficiência, o Estado passou a implantar a Administração Gerencial nos órgãos públicos. Mas na nossa gloriosa isso só é considerado em alguns aspectos. Observa-se um serviço estatístico que serve basicamente para incrementar e argumentar a cobrança sobre a tropa, mas que não é utilizado diretamente para aumento de efetivo diante da elevação da demanda.

A população aumenta em progressão, muitas vezes geométrica, mas não observamos um aumento proporcional de policiais para atender a nova demanda, e isso é fato. De pouco adianta criarem programas fica vivo, olho vivo, vila viva, patrulha da família ou comunitária, se não tem gente para atender as ocorrências.
Se em determinado setor de trabalho existe um bairro e uma viatura para fazer a prevenção, quando existirem dez bairros deveria ocorrer um crescimento da quantidade de policiais para garantirem o atendimento eficaz e eficiente. Quando vai ocorrer um evento, o organizador comunica a Polícia Militar que, diante do público previsto, desloca uma tropa capaz de garantir a segurança. Mas por que em alguns casos a corporação analisa a demanda e em outras não?

Sem mais delongas, o efetivo é pouco e observa-se que os policiais estão sendo sugados! Os comandantes locais e regionais são cobrados pelos superiores por resultados e jogam isso sobre a tropa que paga o preço, trabalhando em escalas abusivas perdendo o lazer e o convívio familiar.
Além disso, vimos numa negociação salarial o Governo lavar as mãos e afirmar ter melhorado as condições de trabalho da PMMG! O policial precisa muito mais que um salário digno, é necessário respeito e tempo para cuidar da sua família e outras atividades extra corporação.

Ao que me parece, tem gente mais preocupada em garantir a preservação dos seus cargos de confiança a olhar para o lado da família policial militar. Nossos representantes devem cobrar do alto comando uma postura diferente para não crucificar a instituição e queimar o filme perante a sociedade.
Para finalizar, um aumento salarial insignificante (diante da inflamação que corroe o poder aquisitivo) para a tropa, onera bem menos o orçamento do Estado que um aumento do efetivo. Pensem na última negociação de remuneração diante da perspectiva de aumento de efetivo.

Comentem, critiquem, discutam e compartilhem! Vamos levar informação e tentar mobilizar alguma coisa para melhorar.

Resumo da ópera: até os mais leigos sabem e estão vendo que as instituições ligadas à Segurança Pública estão sobrecarregadas, enfraquecidas e ineficientes diante de um panorama adverso e uma sociedade cada vez mais carente por serviços relacionados a esta área. Se não fosse uma tropa imbuída, o cenário certamente seria muito pior.

segunda-feira, 11 de junho de 2012


Saudações meu nobres companheiros!



Espero que estejam todos bem. É com enorme prazer que lanço meu blog. 


Trata-se de um trabalho voltado basicamente para o universo da segurança pública. Ressalto que tenho uma visão holística do sistema e penso que diversas ações podem contribuir para que as instituições atuantes estejam mais estáveis e equilibradas para o melhor atendimento aos públicos interno e externo.

Falarei de educação, política, economia saúde e principalmente sobre assuntos diretamente relacionados à atividade fim.
Sem rodeios, mas com muito respeito e responsabilidade, vamos refletir sobre fatos, oportunidades e novas possibilidades para nossas instituições e seus membros.


Tenho amplo conhecimento da atividade fim da Polícia Militar, sou proveniente do CTSP 2004 e atuei até o dia 09/05/2012 no operacional. Essa carga de experiência possibilitou-me capacidade para refletir, comentar e abordar diversos assuntos que influenciam no desempenho dos agentes públicos. Mas não é só isso, uma vez que entendo que quando o Governo faz algum investimento em educação e saúde, está contribuindo para a melhoria do nível de vida da sociedade que certamente refletirá numa melhora da segurança pública assim como nas atividades sociais, políticas e econômicas.

Enfim, quero abrir um espaço para discussão sobre medidas voltadas para a melhora nos serviços dos órgão atuantes na segurança pública.

Hoje, já temos diversos blogs que contribuem de forma significativa, mas quero fazer um trabalho diferente. Escolherei assuntos pontuais e farei publicações semanais e sempre às sextas-feiras, uma vez que já temos diversas pessoas que divulgam informações sobre o que vêm acontecendo em nosso Estado e no Brasil como um todo.


Desde já agradeço pela oportunidade e espero o acesso, comentário e divulgação de todos, uma vez que esse trabalho não é meu, É NOSSO!
Logo abaixo, para que todos me conheçam, segue um link sobre um carta de despedida que escrevi quando resolvi sair da PMMG.